segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Igreja Trotskista de todos os dias

Autor: Roberto das Neves



Era finalzinho da década de 70, e estávamos nos adaptando à crise do petróleo que jogou o preço da gasolina para as alturas.

Na época, o movimento dos trabalhadores, que culminaria na fundação do partido dos trabalhadores, já estava em pauta, em surdina, indo de boca em boca entre uma parte da população insatisfeita do Estado de São Paulo.

Nesses anos, já tinha tomado decisões baseadas na lógica que me levaram a ser anarquista.
Cheguei até mesmo a flertar e me filiar ao nascente PT, apesar de não concordar com a linha política que era traçada pelos núcleos que davam forma à ideologia partidária petista.

Mas achava na época, que, pelo menos, era uma alternativa diferente daquela que já estava sacramentada, mas que não trazia resultados positivos, politicamente.

Uma amiga, da época do ginásio, me encontrou em uma balada rockeira , e entre muito  Rock’n Roll, muita bebida, relembranças dos tempos de ginásio e troca de ideias, ela me convidou para participar de uma reunião de um dos núcleos do nascente partido dos trabalhadores.

Esse núcleo era um dos muitos que tentavam assumir o poder ideológico, dentro do PT, e se auto intitulava: Convergência Socialista.

Resolvi aceitar o convite, pois ela era uma querida amiga e muitos dos seus ideais, eram muito parecidos com os meus, na época.

Já de antemão, eu sabia que os pais dela eram trotskistas revolucionários, e ela, digamos, foi incentivada a seguir o mesmo caminho dos pais...

Data marcada, num belo sábado, eu fui para o local da reunião, era um depósito de fábrica desativado, que comportava mais ou menos umas 400 pessoas.

No galpão, foi montada uma espécie de palanque, muitas cadeiras desmontáveis de ferro estavam dispostas de forma ordenada e as paredes estavam decoradas com enormes, gigantescos painéis com as imagens de Trotsky, Lenin e Marx.

O local, quando cheguei, já estava praticamente cheio, mas a reunião ainda não tinha começado.
De repente, comecei a ouvir gritos de ordem e após esses gritos, hinos revolucionários começaram a ser entoados, todos começaram a cantar e percebi uma espécie de catarse se apresentando nos olhos de alguns participantes da reunião.

Mais gritos de ordem e finalmente, sobem ao palanque improvisado, os dirigentes dessa célula trotskista dentro do PT.

E o que vi e ouvi me deixou pasmo.

Os discursos e as atitudes dos ouvintes participantes ante estes discursos, seus cantos em louvor ao socialismo e a seus teoristas e fundadores, me fez perceber uma coisa muito incômoda.

Não havia diferença alguma entre essa reunião e uma reunião religiosa.

Estas pessoas, haviam apenas trocado um suposto deus, por outros deuses, no caso, trocaram-no por Marx, Lenin e Trotsky.

A mesma insanidade teológica que eu já havia visto nos olhares de alguns fundamentalistas religiosos, eu vi nos olhares de muitos participantes dessa reunião.

Despedi-me dessa minha amiga, no meio da missa, opppsss: reunião, dando uma desculpa qualquer e fui embora para mais uma balada rockeira.

Na semana seguinte, escrevi uma carta ao partido, cancelando minha filiação, expondo os fatos e a minha não concordância em relação a esses núcleos que se digladiavam para tomar o poder dentro do partido e que jamais tiveram a coragem de sair dele para fundar partidos próprios.

Hoje, vemos o resultado desses núcleos dentro do PT, eles formaram religiosos xiitas militantes e não revolucionários políticos.

Nunca mais encontrei essa minha antiga amiga. Fico imaginando de forma hilária e quase infantil, que deve ela estar em alguma espécie de convento marxista, acendendo velas para Trotsky e rezando para Marx...
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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A escola doutrina, não ensina.


Autor: Roberto das Neves
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A escola divulga o conhecimento e ajuda a formar novos pensadores, ou a escola é mera doutrinadora do conhecimento já adquirido, dificultando o surgimento de novos pensadores?

A forma de ensino que é ministrada em todo o mundo se baseia nas universidades criadas pela igreja, no fim da idade média.

A igreja, sempre teve um caráter doutrinário e foi com base nessa doutrinação que ela traçou a forma de ensinar o conhecimento adquirido nas universidades, uma vez que, os primeiros professores dessas universidades eram padres, e a única forma que eles conheciam para ensinar, era a doutrinação, e os primeiros professores formados por eles, passaram essa forma doutrinária de ensinar, adiante.

E esse conceito ultrapassado é usado até os dias de hoje pelas escolas de todo o mundo.

As escolas não ensinam. As escolas simplesmente doutrinam o aluno, afirmando-lhes que o conhecimento adquirido é correto e não necessita de revisão.

E esse danoso método de ensino, tem barrado o surgimento de novos pensadores.

Basta analisar a história. Antes do advento das faculdades fundadas pelas igrejas católica e protestante, que substituíram muitos séculos depois, as extintas escolas gregas, egípcias e muitas outras, escolas essas, voltadas para a formação e difusão de novas ideias, e que, foram  fechadas e destruídas à mando do poder papal, era grande o número de pensadores surgindo em todos os cantos do mundo antigo.

Está aí a Grécia antiga, que antes do domínio da religião cristã, formou centenas de pensadores que desenvolveram novas ideias, novas tecnologias, novos modos de interpretar um evento, enfim, teoristas sem medo de expor suas novas ideias e divulgar novos conhecimentos.

Com o fechamento dessas escolas, por causa e a mando do cristianismo, sessa a formação de novos pensadores e a divulgação do conhecimento, pois estes, colocavam em risco as ideias pré-concebidas contidas na bíblia.

O conhecimento adquirido até então nessas escolas, passa para as mãos do povo árabe, que por certo período, zelosamente cuidou e difundiu o conhecimento acumulado, principalmente o conhecimento grego.

Quando surgem as novas escolas fundadas pela religião cristã, muitos séculos após o fechamento dessas escolas criadoras e difusoras de novos conhecimentos, se resgata esse antigo conhecimento grego das mãos dos árabes, mas, somente se resgata os autores em que seus estudos, não batessem de frente com aquilo que era exposto na bíblia, todo o resto do conhecimento adquirido é então rejeitado e colocado como falso conhecimento.

E o pior da história é que, esse conhecimento parcial, era ministrado nas escolas tal qual eram ministrados os textos bíblicos, ou seja, eram ministrados de forma doutrinária, como verdades absolutas, não passíveis de critica ou correção.

E essa miopia de ensino, chegou até os dias de hoje, sem alteração.

Por causa desse tipo de ensino, quantos novos pensadores surgiram nos últimos 800 anos?

Podemos contar nos dedos: temos Copérnico, Tycho Brahe, Galileu Galilei, Newton, Darwin e alguns poucos outros.

Todos eles deve-se frisar, bateram de frente com o conhecimento divulgado pelas escolas de então, e alguns foram perseguidos, e até mesmo mortos, por defenderem ideias que não estavam de acordo com o “establishment”.

O interessante, é que esses novos conhecimentos desenvolvidos por esses novos pensadores,  finalmente passaram a fazer parte dos currículos escolares, (muitos, muitos anos depois) mas, passaram a ser ensinados doutrinariamente como novas verdades absolutas, não passíveis de correção, pois essa é a ideologia escolar secular.

Trocando em miúdos: A escola divulga conhecimento tardio, mas não ajuda a criar novos pensadores aptos a criar novos conhecimentos e novas hipóteses e teorias que corrijam ou substituam as velhas teorias, os velhos conhecimentos.

E isso causa uma série de problemas, pois não conseguimos avançar como deveríamos no descobrimento de novos conhecimentos, e muitas vezes não percebemos que estamos indo para o lado errado, por termos sido doutrinados pelas escolas, que o conhecimento adquirido que já possuímos é o satisfatório, é o correto e pode ser usado para solucionar questões atuais.

Já se passou quase um século, desde o surgimento de um grande pensador que mudou os rumos da ciência, todos os novos pensadores que existem atualmente, baseiam suas novas teorias, tendo como base, velhas teorias “santificadas” pelo ensino padrão.

E se essas velhas teorias estiverem erradas?

Atualmente, a comunidade científica em todas as áreas, seja ela da ciência pura ou da ciência sociológica, política e econômica, não descartam facilmente velhos autores e pensadores ditos “consagrados”.

Em vez de perceberem os possíveis erros contidos nessas velhas hipóteses e teorias, preferem ficar dando “polimento” em ideias fracassadas, na esperança que essas ideias algum dia, realmente funcionem.

E isso é causado pelo tipo de ensino doutrinário da escola secular, que nos impede de enxergar os erros nessas velhas teorias, pois elas nos foram ensinadas de forma doutrinária, como sendo hipóteses e teorias corretas, verdadeiras e não passíveis de correção.

Nas escolas a coisa funciona mais ou menos assim: “Aqui estão as ideias de Newton, ou, aqui estão as ideias de Karl Marx, ou, aqui estão as idéias de Einstein. Vocês não precisam pensar mais sobre esses assuntos, pois estes Mestres já pensaram neles por vocês, nós lhes ensinaremos a usar essas ideias para a solução de problemas atuais, se vocês não conseguirem, é porque vocês não entenderam os ensinamentos desses mestres”.



O ensino escolar tornou-se uma religião, nem mais, nem menos.

Nas universidades, dá-se ao ensino, (sem que professores e alunos percebam), um caráter ideológico/religioso, onde velhas hipóteses e teorias são ensinadas como sendo verdades absolutas, funcionais e sagradas.

Precisamos retomar o fio da meada, voltar ao passado e resgatar o tipo de ensino que era ministrado nas escolas gregas, indianas e egípcias, escolas que formavam pensadores, criadores de novas ideias, escolas que foram extintas pela religião, e cujos professores, foram perseguidos, impedidos e proibidos de ensinar da forma correta, e muitas vezes, assassinados, em nome da autoridade religiosa que passou a ditar o que e como, deveria ser ensinado.



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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Segundo a Teoria da Física Quântica: “A informação nunca se perde” Será isso realmente verdade?

Autor: Roberto das Neves


Segundo um artigo a ser publicado na Physical Review:

“Dois pesquisadores efetuaram cálculos que demonstrariam que um Buraco Negro evapora, (emissão de radiação Hawking) antes que qualquer objeto que o orbite no disco de acresção caia além de seu horizonte de eventos.

Desta forma, se sentássemos na borda de um buraco negro e arremessássemos uma bola em sua direção, veríamos a bola orbita-lo a velocidades cada vez maiores até próximo à velocidade da luz, mas jamais a veríamos desaparecer além do horizonte de eventos, isto porque, ele nem existiria para o observador externo, já que para este, o tempo de formação de um horizonte de eventos seria infinito.



Isto solucionaria a questão da perda de informação em um buraco negro. Pois, segundo a teoria quântica, a informação jamais desapareceria de nosso Universo.

A massa colapsante do núcleo de uma Supernova supermassiva continuaria em contração diminuindo seu tamanho, porém, jamais colapsaria atingindo o tamanho limite para gerar um horizonte de eventos ( raio de Schwarzschild    ) devido a evidência da existência da radiação pre-Hawking, uma radiação não térmica que permite que a informação da natureza do objeto colapsante seja recuperada a distância da massa colapsante ( distante do buraco negro, visto da Terra, por exemplo ) .

"A radiação não térmica pode carregar informação diferentemente da radiação térmica.”

Isto significa que: um observador externo, olhando um objeto colapsar, recebe radiação não térmica de volta, e pode ser capaz de reconstruir toda a informação do objeto inicial e assim, a informação nunca se perde." disse Tanmay Vachaspati, um dos autores do artigo.”



Eu tenho sérias questões em relação a formulação e o resultado da hipótese quântica do relatório acima.



Primeiramente, os dois autores, criaram e tentaram ao mesmo tempo, validar uma teoria que visa solucionar o problema da perda de informação, pois, segundo a mecânica quântica, a informação nunca se perde.

1 ) A primeira questão que coloco é: A mecânica quântica é uma teoria completa?
Não, ela não é.

2 ) Todos os componentes contidos na teoria da mecânica quântica foram comprovados?
Não, não foram.

3 ) A teoria quântica é científica ou é filosófica? (Para que você entenda melhor sobre a resposta que coloco abaixo, leia o meu texto, onde faço uma análise sobre o que são teorias):  http://gilghamesh.blogspot.com.br/2012/08/teorizando-as-teorias.html

Até agora, a grande parte da teoria quântica é muito mais filosófica do que científica, pois está ela, alicerçada sobre três hipóteses, nenhuma delas confirmada completamente e experimentalmente:

1 ) O modelo atômico de Heisenberg/Broglie ( não existe confirmação, então, a hipótese ainda é puramente filosófica)

2 ) O principio da incerteza de Heisenberg. (Uma concepção também sem confirmação, pois na época, não podíamos afirmar com certeza a hipótese, então, ela também está no campo de hipótese puramente filosófica).

3 )  A teoria da dualidade da matéria de Louis de Broglie, ou Teoria da onda-partícula (Que foi supostamente confirmada, mas hoje, através de novos experimentos, está sendo desacreditada (e por tabela, derruba também a teoria do princípio de incerteza) e com isso, confirmando que: Nos experimentos antigos da dupla fenda, foram tiradas conclusões absurdamente  errôneas:


Todas as formulações da teoria quântica são baseadas nesses três princípios, que são princípios filosóficos e não científicos.

E complementando, fórmulas matemáticas dizem aquilo que queremos que elas digam, mas não dizem necessariamente, a verdade observável.

Os cálculos efetuados por esses dois pesquisadores, partem da suposição que: um buraco negro é na verdade um espaço vazio, onde tudo o que ele supostamente absorveria, não seria absorvido, mas sim, ficaria eternamente em órbita desse espaço vazio. (Tentando assim, validar e salvar uma parte da teoria quântica que preconiza que a informação jamais se perde.).

A questão que deveria ser corretamente elaborada é: A informação nunca se perde, a informação se perde, a informação se degrada, ou a informação é reciclada?

Os dois pesquisadores, partem do princípio que: A informação nunca se perde, e descartam as outras hipóteses de imediato, pois, estas outras hipóteses anulariam a validade de mais uma parte da já abalada teoria quântica.

Reduzindo a miúdos: Varreram para baixo do tapete, três hipóteses comprometedoras.

Então, tendo como base a pergunta correta, que abarcaria as quatro hipóteses e não somente uma, criei um experimento mental que nos leva a uma conclusão totalmente diferente.

Partamos então para o experimento:

Imaginemos um ser humano que existiu e fez parte ativa da nossa história.

Tomarei como exemplo: Júlio César.



Júlio César é um pacote de informações contidas dentro de um corpo.
A soma de todas essas informações é Júlio César.
Júlio César morreu, seu corpo entrou em decomposição, os líquidos contidos em seu corpo evaporaram, seus tecidos foram comidos por bactérias, seus ossos se dissolveram, outras bactérias comeram as bactérias, algumas bactérias morreram e serviram de adubo para que uma planta pudesse germinar, um animal comeu essa planta, esse animal foi comido por outro animal, e assim por diante.

O local onde jazia o corpo de Júlio César passou por convulsões: terremotos, chuvas, enchentes, ação dos ventos, sol, etc.. (vamos imaginar a terra como um liquidificador que mistura tudo.)

Chegará um momento em que todos os átomos que formavam Júlio César se espalham por todo o planeta.
Possivelmente hoje, você que está lendo este artigo, poderia possuir alguns átomos que pertenceram a Júlio César, possivelmente, alguns átomos dele, estejam fazendo parte das folhas de um dos seus livros ou cadernos, e poderiam até mesmo, fazer parte do seu celular, da sua casa, do asfalto de sua rua, do ar que você respira, da água que você consome, etc., etc., etc..

Vamos imaginar que daqui a alguns milhares de anos, num incrível golpe do acaso, todos esses átomos que deram origem ao bebê Júlio César, fossem reunidos novamente para a formação de um novo ser humano.
Este ser humano que possui todos esses átomos, ou seja, todas as informações que pertenceram ao bebê Júlio César, seriam novamente Júlio César?

A resposta é não.

Para que elas pudessem ser Júlio César novamente, Júlio César teria que estar vivendo no mesmo período histórico, teria que viver todas as experiências vividas por ele novamente, teria que receber o mesmo tipo de educação, teria que ter ingerido os mesmos líquidos, teria que comer as mesmas comidas, teria que ter interagido com as mesmas pessoas, teria que ter sofrido os mesmos acidentes, conquistas, experiências de vida, em suma, para que Júlio César pudesse ser Júlio César novamente, ele teria que passar por tudo o que experimentou, viveu e passou, além de conseguir juntar novamente, tudo aquilo que foi usado para compor o seu corpo adulto.

Isso é impossível, pois, quanto mais um evento se afasta de outro, mais se degrada uma informação, ou seja, mais ela é reciclada, impossibilitando a utilização da informação original.

Faça um novo experimento mental para comprovar essa hipótese, usando agora como exemplo, o  primata, uma chimpanzé: A ( "Australopithecus" ) Lucy.



Tente reunir toda a informação que deu origem a ela, e tente “remonta-la”...

Tentar imaginar a possibilidade de o acaso juntar novamente todos os átomos que compuseram a chimpanzé Lucy, seria a mesma coisa que tentar criar e instalar um programa desenvolvido para o sistema Windows 3.x em um sistema Windows 8.0, simplesmente não irá rodar, a informação existe, mas não pode ser mais utilizada, pois o sistema evoluiu, tornando a informação incompatível, então, a informação é necessariamente reciclada para poder ser reutilizada.

Isso significa que, apesar de toda a informação necessária para compor o indivíduo chamado Júlio César existir, ou, toda a informação da chimpanzé Lucy existir, estas informações serão degradadas e recicladas a tal ponto, que nunca poderão ser recuperadas novamente, pois os sistemas evoluem, quanto maior o período entre a geração da informação e a sua tentativa de recuperação, maior a incompatibilidade.

Com um simples experimento mental, você derruba mais uma hipótese viagem na maionese da teoria quântica, (que se vale da varrição pra baixo do tapete de outras hipóteses que deveriam ser levadas em consideração), para tentar validar suas conclusões dúbias, através de hipóteses “selecionadas a dedo, para tentar salvar a já moribunda teoria quântica, uma quase religião dentro da física”.

Se, matematicamente computarmos as observações da hipótese de que: “A informação se degrada e é reciclada, e que, a informação original torna-se incompatível devido à evolução dos sistemas”, veremos que a análise do seu resultado, confirmará a observação desenvolvida puramente de forma filosófica, tornando-a assim, uma teoria plenamente científica.

Mas, mais uma vez, os defensores da teoria quântica, virão com a desculpa: “Apesar de tudo, a física quântica funciona!” (apesar de falhar vergonhosamente muitas vezes), “funciona”,  porque ela conseguiu achar algumas respostas dúbias e não foi ponto de partida para desenvolver algumas tecnologias, que poderiam possivelmente, ser descobertas até mais facilmente, sem ela.

E eu digo: “A Física funciona, apesar da mecânica Quântica!”. 

E não custa lembrar uma coisa: Einstein, lutou até o fim de sua vida, contra a implantação das Teorias Quânticas no mundo da Física.



Einstein acreditava que a natureza em seu funcionamento, é muito mais simples e causal, para ele, a natureza não é misteriosa e complexa como quer nos fazer acreditar a teoria quântica.

Eis uma reportagem sobre a luta de Einstein contra a Mecânica Quântica: http://revistapesquisa2.fapesp.br/?art=3765&bd=1&pg=1&lg=
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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Teorizando as Teorias

Autor: Roberto das Neves


Você já parou para pensar sobre o que é uma teoria? Como nasce uma teoria? Como se valida ou invalida uma teoria?

Comecemos do princípio, o que são teorias?

Teorias são ideias, ideias são teorias.

Você deve estar se perguntando: não são as hipóteses que são ideias?

A palavra hipótese, apesar de realmente designar ideias, é infelizmente, muito pouco usada pelas pessoas que não trabalham profissionalmente em alguma área, em que estes conceitos são usados de forma correta, a sociedade em geral, confunde hipótese com teoria e vice-versa.

Então, pra que complicar?

Por esse motivo, designo uma hipótese como: "Teoria Filosófica", já uma teoria propriamente dita, designo como: "Teoria Científica", mais abaixo, explicarei a diferença entre as duas.

As teorias podem ser simples, podem ser complexas, podem ser praticáveis, podem ser impraticáveis, podem ser utilizáveis, podem ser inutilizáveis, podem funcionar, podem não funcionar, podem chegar a conclusões inesperadas, enfim, podem ou não, dar respostas satisfatórias para solucionar os problemas que são apresentados.

Tudo depende da possibilidade ou não de se traduzir essa ideia em algo mensurável.

Como nasce uma teoria, afinal?

Toda teoria nasce fundamentalmente como algo de caráter filosófico, ela nasce de um experimento mental, uma ferramenta imaginativa do nosso intelecto, que tenta responder a uma pergunta, que traduzirá o que vemos na tentativa de explica-lo e/ou melhora-lo.

Uma teoria nasce filosoficamente, como a possível resposta a uma pergunta, e que é resultado de uma série de observações, e as suas conclusões deverão passar pelo crivo da experimentação para tornar-se uma teoria científica.

O ser humano observa o mundo a sua volta e se pergunta: como ele “funciona”, como podemos explica-lo, como podemos melhora-lo, como podemos aprender com ele, como podemos tirar melhor proveito dele?
A partir do momento que a resposta se cristaliza em nossa mente, esta resposta ainda é uma resposta fundamentalmente filosófica.

A verificação dessa resposta por meio de experimentos, é que fará com que essa resposta saia do âmbito filosófico para o âmbito da realidade.

Um bom exemplo de como nasce uma teoria, é o caso de Einstein. Ele desenvolveu suas teorias da relatividade restrita e geral, na tentativa de responder as seguintes perguntas: “O que aconteceria, se ele viajasse à mesma velocidade que a luz? O que ele veria ao se emparelhar lado a lado com um dos fótons que compõe essa luz e olhasse diretamente para esse fóton?”

Através da imaginação criativa, ele fez essa viagem, e na volta dela, trouxe a bagagem necessária contendo as informações para desenvolver as teorias, as possíveis respostas para as perguntas formuladas.

A resposta cristalizou-se no ano de 1905, mas, ainda assim, era uma resposta puramente filosófica, que só pôde tornar-se uma parte de uma resposta científica, em 1918, quando através de experimentos, se comprovou uma de suas teorias.



Uma teoria filosófica só se torna uma teoria científica, quando passa pelo crivo da experimentação.

Os experimentos irão indicar uma das possibilidades abaixo:

1 ) A ideia esta errada, pois não corresponde com a realidade observável.

2 ) A ideia esta correta, pois corresponde com a realidade observável.

3) A ideia ainda não pode ser comprovada, por falta de melhores recursos experimentais que a comprovem ou desaprovem.

4) A pergunta que deu origem à ideia está formulada de forma correta, mas a interpretação de sua resposta experimental está incorreta.

5) A pergunta que deu origem à ideia está formulada de forma errada, mas a interpretação de sua resposta experimental  está correta.

Isso acaba virando um tremendo balaio de gatos, uma vez que: podem-se tirar conclusões corretas por meios errados, e tirar conclusões erradas por meios corretos.

Felizmente, existe a pesquisa incessante da ciência, para colocar os pingos nos devidos “Is”, mas, muitas vezes, perceber a ilusão de uma resposta errada que se acredita estar certa, pode levar décadas para ser entendida e finalmente corrigida.

Isso acontece, porque muitas vezes, ao observamos um determinado fenômeno, não termos a tecnologia ideal para medir esse fenômeno, então nos baseamos em dados probabilísticos. Para chegar a uma resposta mais ou menos correta.

O outro problema, é que muitas vezes ao observamos um determinado fenômeno, lhe atribuímos a uma causa errada, por acreditarmos que é essa causa, que geraria este fenômeno.

Mas, basicamente, se a ideia não pode ser comprovada plenamente, ou somente parte dela pode ser confirmada, ela então, permanece apenas como teoria parcialmente filosófica e não totalmente científica.

Esse é o caso, por exemplo, da teoria Padrão, mais conhecida como “teoria do Big Bang”, ela explica muitas coisas corretamente, isso é, muitas de suas respostas foram comprovadas experimentalmente, mas em compensação, deixa um monte de lacunas sem resposta, ou perguntas mal respondidas, criando mais perguntas sem respostas ou com respostas ainda não mensuráveis. Isso a coloca então, no hall das teorias mais filosóficas do que científicas, indicando que ela pode ser substituída futuramente por uma nova e melhor teoria.


Agora, se uma ideia for comprovadamente falha e não responder satisfatoriamente e plenamente a uma pergunta, ela pode ser definitivamente descartada e não se fala mais nisso, ok? Não adianta tentar ressuscitar um morto, ele está morto e por mais fé que você tenha nessa teoria, ela não andará com os próprios pés, então, descarte a teoria e tente criar uma nova e mais satisfatória teoria.

Teorias Político/Econômicas.

As teorias Político/Econômicas são filosóficas ou são científicas?

Hummmmmmmm. Acho que agora, isso vai dar muito “pano pra manga”...

Como eu expliquei lá em cima, toda teoria nasce filosoficamente, e só pode tornar-se uma teoria científica quando a colocamos sob a lupa da experimentação, para comprovarmos ou descartarmos a sua eficiência, ou seja, se a teoria responde satisfatoriamente uma pergunta ou não, se ela pode ser aplicada satisfatoriamente ou não.

Atualmente, existem duas principais teorias Político/Econômicas:

A teoria do Capitalismo de Adam Smith e a Teoria do Socialismo de Karl Marx.

Ambas, são teorias velhas, e talvez aí resida o problema, uma vez que sistemas econômicos são dinâmicos e não estáticos.

A teoria do Capitalismo de Adam Smith



Adam Smith, quando criou suas teorias sobre o capitalismo, o fez, tendo como base, um sistema econômico, digamos, ainda na infância, que era fruto e ainda baseado em um mercantilismo nascido de um sistema feudalista moribundo.

Tendo como base essas informações, ele desenvolveu uma teoria que, ao se tentar aplica-la, não condizia com a dinâmica do mercado, ou seja, eram teorias que em sua maior parte, já nasciam ultrapassadas e algumas vezes, tornavam-se quase utópicas, sendo assim, apenas uma pequena parte de sua teoria era aplicável, ou seja, somente parte de sua teoria podia ser quantificada e passível de experimentação e comprovação.

Então, podemos chegar à conclusão que: Grande parte da teoria capitalista não funciona satisfatoriamente, pois se baseia em dados ultrapassados, somente parte dela funciona e pode ser aplicada para explicar a mecânica do funcionamento do Sistema Econômico Capitalista, e por isso, não consegue analisar e colocar o mecanismo em pleno funcionamento, para que ele possa evoluir para um sistema ideal econômico totalmente eficaz e não utópico.

A teoria do Capitalismo trava, e se trava, não pode evoluir para um sistema melhor, mais justo e mais eficaz.
 

A Teoria do Socialismo de Karl Marx



Karl Marx e Engels perceberam as grandes falhas do sistema capitalista, mas não perceberam que estas falhas eram devido ao sistema capitalista, ser fruto do mercantilismo desenfreado e também não perceberam o principal, que um sistema econômico é algo dinâmico, algo que evolui.

Na tentativa de criarem um sistema mais justo, tendo por base as informações e os problemas não solucionados pelo sistema capitalista, eles criaram uma nova teoria, que Marx, hora chamava de: teoria do socialismo, hora de: teoria do comunismo, para ele, socialismo e comunismo eram duas palavras que designavam a mesma coisa, isso se torna patente ao nos debruçarmos sobre os seus escritos teóricos.

A obra de Marx e Engels, foi, durante muito tempo, uma teoria puramente filosófica.

Ou seja, sua teoria sobre o socialismo, quando foi apresentada, não havia ainda sido posta a prova, não passara por experimentação para validar ou invalidar as soluções apresentadas teoricamente.

Anos se passaram, e finalmente alguns países colocaram em prática as teorias de Marx...

E o que se viu foi que: As teorias de Marx eram lindas, maravilhosa, ideais, mas... Não funcionavam, não valiam nem mesmo o papel em que estavam escritas.

Todos os países que tentaram implantar o socialismo tiveram que rapidamente achar soluções capengas que acabaram por descambar em ditaduras.

Na tentativa de “salvarem a cara”, e com isso tentar preservar imaculado o nome de Marx, e sua teoria impraticável, os adeptos da teoria socialista implantaram uma “ditadura do proletariado”, na União Soviética, que com o tempo, desmoronou, causando muito mais mal do bem ao povo soviético.

Em outros países, como por exemplo: Cuba e Coréia do norte, ao perceberem que a teoria do socialismo não funcionava, instalaram em seu lugar, um regime tipicamente monarquista, onde, o poder passa de pai para filho, no caso da Coréia do norte, e de irmão para irmão, no caso de Cuba.

Todos esses países, é preciso deixar bem claro, comprovaram da pior forma possível, que as teorias do socialismo eram impraticáveis, mas, para não passarem vergonha, continuaram afirmando que eram sistemas socialistas mais melhorados, mais evoluídos, mais científicos, baseados nas teorias socialistas de Marx.

E muita gente acreditou nessas estorinhas...

Então, de um lado, temos um sistema capitalista que não é absolutamente ideal, que trava, que faz pular as engrenagens do sistema econômico, causando problemas perigosos, e que não evolui, mas que mesmo assim, o usamos, por falta de coisa melhor, e vamos empurrando com a barriga enquanto der, e de outro, temos um sistema socialista que é impraticável, que não funciona nem com “reza braba”.

Acredito que está então, mais do que na hora, de nos conscientizarmos que nenhumas das duas teorias realmente possam evoluir para algo melhor.

Precisamos criar novas teorias e testa-las, até encontrar alguma que realmente funcione e seja realmente dinâmica.

O povo da terra, encarecidamente, agradece.