Muitos filósofos afirmam que se pode chegar a uma resposta
correta, para explicar um fenômeno, através da lógica pura e da razão, este é
um conceito básico oriundo dos primórdios da filosofia, mas, será mesmo que
podemos obter respostas satisfatórias usando apenas a lógica pura e a razão?
A resposta é um sonoro: NÃO!
Irei citar dois fenômenos do cotidiano, cujos resultados são
puramente baseados nos resultados da lógica observacional e da razão, ou seja,
ao se observar um fenômeno, nós tiramos conclusões lógicas para explicar “satisfatoriamente”
este fenômeno, apesar do resultado observacional estar aparentemente correto,
pois se basearam na lógica e na razão, sua resposta, está baseada em
comprovações incorretas, pois somos iludidos por aquilo que observamos.
Através do raciocínio lógico e da razão, podemos apresentar provas
de que o sol gira em torno da terra, para isso, basta observarmos o percurso do
sol ao longo do dia: O sol nasce do lado leste do horizonte e leva doze horas
para se por do lado oeste do horizonte, e observamos que esse movimento do sol
forma um arco, logo, sabendo que o período noturno também possui doze horas, se
imaginarmos o arco do movimento do sol se completando no período noturno,
chegamos à conclusão que o sol forma um círculo completo em torno da terra,
logo: através das conclusões lógicas baseadas na observação, obtemos provas de
que: O sol gira em torno da terra.
Usando a lógica e a razão, podemos também, provar que a
terra é imóvel e não gira em torno de seu próprio eixo.
Para provar isso, faremos o seguinte experimento: Subamos em
um prédio de duzentos andares, no topo do prédio, posicionamos uma bola de
ferro de cinco quilos e a deixamos cair em queda livre até o chão.
Iremos observar que a bola, ao cair, segue uma trajetória
totalmente paralela ao prédio.
Conclusão lógica: Se a terra tivesse movimento, a bola
seguiria uma trajetória perpendicular ao prédio, e não uma trajetória paralela,
pois o prédio está fixo na terra e se movimentaria juntamente com a terra, a
bola, por estar em queda livre, não estaria presa a terra, sendo que seu
movimento corresponderia ao movimento da terra, efetuando uma trajetória de
queda, perpendicular ao prédio.
Estes são apenas dois singelos exemplos de como, usando a
lógica e a razão, podemos chegar a conclusões totalmente erradas para validar
uma teoria.
Foi preciso aparecer um sujeito, chamado Galileu Galilei,
para provar que tais resultados baseados puramente na lógica e na razão,
estavam errados e não poderíamos afirmar muitas das conclusões filosóficas,
como verdades absolutas.
Infelizmente, até hoje, muitos filósofos não entenderam os
argumentos de Galileu, e continuaram a desenvolver teorias, cujas conclusões
são baseadas somente na lógica e na razão, sem se preocupar em desenvolver
teorias verdadeiramente falseáveis, teorias que podem ser postas à prova, pois continuaram
a acreditar piamente que a lógica e a razão, são parâmetros plenamente confiáveis
e que resultam em respostas verdadeiras e inquestionáveis.
A obra de Galileu Galilei deveria ser a primeira matéria a
ser apresentada nos cursos de filosofia, para, a partir daí, ser usada como balizadora
para estudar os trabalhos dos filósofos, e tendo por base os parâmetros de
Galileu, analisar as teorias filosóficas e se chegar a conclusões sobre a real
validade de tais afirmações filosóficas baseadas apenas na lógica e na razão.