sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Usar o raciocínio lógico e a razão, para comprovar uma teoria, nem sempre é lógico.

Autor: Roberto das Neves


Muitos filósofos afirmam que se pode chegar a uma resposta correta, para explicar um fenômeno, através da lógica pura e da razão, este é um conceito básico oriundo dos primórdios da filosofia, mas, será mesmo que podemos obter respostas satisfatórias usando apenas a lógica pura e a razão?


A resposta é um sonoro: NÃO!

Irei citar dois fenômenos do cotidiano, cujos resultados são puramente baseados nos resultados da lógica observacional e da razão, ou seja, ao se observar um fenômeno, nós tiramos conclusões lógicas para explicar “satisfatoriamente” este fenômeno, apesar do resultado observacional estar aparentemente correto, pois se basearam na lógica e na razão, sua resposta, está baseada em comprovações incorretas, pois somos iludidos por aquilo que observamos.

Através do raciocínio lógico e da razão, podemos apresentar provas de que o sol gira em torno da terra, para isso, basta observarmos o percurso do sol ao longo do dia: O sol nasce do lado leste do horizonte e leva doze horas para se por do lado oeste do horizonte, e observamos que esse movimento do sol forma um arco, logo, sabendo que o período noturno também possui doze horas, se imaginarmos o arco do movimento do sol se completando no período noturno, chegamos à conclusão que o sol forma um círculo completo em torno da terra, logo: através das conclusões lógicas baseadas na observação, obtemos provas de que: O sol gira em torno da terra.

Usando a lógica e a razão, podemos também, provar que a terra é imóvel e não gira em torno de seu próprio eixo.

Para provar isso, faremos o seguinte experimento: Subamos em um prédio de duzentos andares, no topo do prédio, posicionamos uma bola de ferro de cinco quilos e a deixamos cair em queda livre até o chão.
Iremos observar que a bola, ao cair, segue uma trajetória totalmente paralela ao prédio.

Conclusão lógica: Se a terra tivesse movimento, a bola seguiria uma trajetória perpendicular ao prédio, e não uma trajetória paralela, pois o prédio está fixo na terra e se movimentaria juntamente com a terra, a bola, por estar em queda livre, não estaria presa a terra, sendo que seu movimento corresponderia ao movimento da terra, efetuando uma trajetória de queda, perpendicular ao prédio.

Estes são apenas dois singelos exemplos de como, usando a lógica e a razão, podemos chegar a conclusões totalmente erradas para validar uma teoria.

Foi preciso aparecer um sujeito, chamado Galileu Galilei, para provar que tais resultados baseados puramente na lógica e na razão, estavam errados e não poderíamos afirmar muitas das conclusões filosóficas, como verdades absolutas.

Infelizmente, até hoje, muitos filósofos não entenderam os argumentos de Galileu, e continuaram a desenvolver teorias, cujas conclusões são baseadas somente na lógica e na razão, sem se preocupar em desenvolver teorias verdadeiramente falseáveis, teorias que podem ser postas à prova, pois continuaram a acreditar piamente que a lógica e a razão, são parâmetros plenamente confiáveis e que resultam em respostas verdadeiras e inquestionáveis.

A obra de Galileu Galilei deveria ser a primeira matéria a ser apresentada nos cursos de filosofia, para, a partir daí, ser usada como balizadora para estudar os trabalhos dos filósofos, e tendo por base os parâmetros de Galileu, analisar as teorias filosóficas e se chegar a conclusões sobre a real validade de tais afirmações filosóficas baseadas apenas na lógica e na razão.


Spock, você muitas vezes estava errado, pois sempre se baseava em conclusões puramente lógicas e a lógica nem sempre é confiável...