Tudo ia bem, no mundo matemático de Newton, ao postular sua
teoria gravitacional, até que Huygens e posteriormente, um bando de céticos
franceses, encabeçado pelas ideias de Descartes, apontou um grave problema.
E esse problema, Newton, jamais solucionou.
Newton, nas duas reedições de seu livro “Principia
Mathematica”, tenta encontrar uma saída, e não encontrando, apela para o
místico em seu tratado “óptica”, escrito por volta de 1680, para colocar um
ponto final na questão.
E a questão, posta em dúvida, é justamente a grande
descoberta de Newton: A Força Gravitacional.
Os Correligionários e seguidores de Descartes, queriam que Newton
explica-se como a força gravitacional, por ele descoberta, podia agir à
distância e instantaneamente, o que seria essa força afinal, qual a sua causa e
como ela atua no espaço, influenciando as massas umas às outras.
E o filósofo Huygens, enquanto isso, afirmava: “Uma ação
exercida a distância e instantaneamente, como a força gravitacional, não é
aceitável; ela não faz parte de uma “filosofia autêntica e sadia”.”.
Newton, gasta anos e mais anos, tentando apresentar indícios
sobre a causa da força gravitacional, pois acreditava que tais dúvidas
apresentadas por estas questões, eram justas e científicas, e suas respostas, necessárias
para embasar suas formulações matemáticas.
Newton pensou em várias saídas, para explicar a causa da
força gravitacional, mas, a totalidade dessas saídas, ia contra seus próprios
postulados afirmados no “Principia Mathematica”.
A solução final consistiu em invocar diretamente um deus
onipresente, e então reuniu “provas” da ação direta de deus, sobre o mundo,
lendo os Livros dos Reis e os Salmos.
Aos olhos de Newton, a gravidade não podia ser explicada em
termos materialistas: "...a matéria é passiva e não pode exercer por si própria,
uma ação gravitacional. É preciso, portanto, identificar um agente mediador da
ação de deus sobre o mundo, mas que não oponha resistência aos movimentos dos
planetas...".
Newton volta-se então, para os antigos filósofos estoicos,
que falam de pneuma, de logos, entidade imaterial de origem divina que impregna
o cosmos, etc...
E com isso, acredita piamente, dar sustentação à sua teoria
gravitacional.
E é a partir da terceira edição do próprio “Principia
Mathematica”, que Newton, sem querer, enterra a nascente nova ciência experimental
e matemática, ao escrever as quatro regras para filosofar cientificamente.
Com essas regras, Newton enterra a necessidade científica da
busca pelas causas, alegando que devemos buscar apenas os efeitos das causas, e com isso, exatamente neste ponto, a ciência sai dos
trilhos que antes, eram firmemente assentados na lógica, na razão e no
racionalismo filosófico.
Oras, como podemos ter certeza de que as explicações dos efeitos são corretas, se não buscamos, especificamos e testamos as causas dos efeitos?
Oras, como podemos ter certeza de que as explicações dos efeitos são corretas, se não buscamos, especificamos e testamos as causas dos efeitos?
Hoje, vemos o que vemos: uma ciência sem eira nem beira,
acreditando em forças fantasmagóricas agindo à distância e instantaneamente,
sem causa, sem explicação, sem lógica e razão.
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