Autor: Roberto das Neves
Eu acho muito hilário quando algum cientista vem a público
para afirmar que a Filosofia está morta, como no caso do hawking, ou, que a
filosofia não serve para nada, como no caso do falecido faynman.
Tadinhos deles. Esquecem-se de que, por exemplo, Descartes,
através de deduções filosóficas, desenvolveu matematicamente os conceitos sobre
geometria analítica e os planos cartesianos.
Esquecem-se que a maioria dos conceitos matemáticos, surgiram
através de indagações filosóficas. É o caso dos indianos Varahamihira e Brahmagupta,
que, através da filosofia Hinduísta, desenvolveram o símbolo e posteriormente,
o conceito do numeral Zero, um numeral
fundamental para o desenvolvimento da matemática, sem eles, até hoje,
estaríamos contando pedrinhas.
Foi graças à Fermat, um matemático amador, que, com base na
filosofia, que norteou sua criatividade e intuição, desenvolveu os conceitos de cálculos
para a Geometria analítica, necessário para que hoje, possamos lançar naves ao
espaço.
E muitos outros cientistas e pesquisadores que realmente contribuiram com algo de valor para a humanidade, como: Galileu Galilei, Descartes, Poincaré, etc., etc., sempre usaram a intuição filosófica, para chegar às suas conclusões.
Foi através da intuição Filosófica que os gregos desenvolveram muitos de seus conceitos matemáticos, intuíram o conceito do átomo, e muitos outros conceitos usados até hoje.
Além disso, os detratores da Filosofia, não têm a mínima consciência
que, para defender suas teses e ideias, usam justamente, a argumentação
filosófica, para fundamentar suas afirmações.
Para criar e explicar as suas equações, lançam mão da
filosofia, e sempre a usarão.
A usarão para criar fórmulas e equações, pois, as fórmulas e
equações, sempre serão baseadas em ideias.
Ideias nascidas através do processo
filosófico, para tentar entender, compreender e explicar as leis da natureza.
Ninguém cria uma equação do nada. Antes, raciocinam, pensam,
sobre qual seria a melhor solução para uma questão a ser respondida.
Para pensar, usam o raciocínio lógico e a razão. Só que, muitas
vezes, de forma errada, pois, não entendem muito bem, quais os fundamentos
filosóficos que norteiam o que é e como funciona o raciocínio lógico e a razão,
porque nunca se interessaram em entender o que realmente é a Filosofia.
Por não entenderem, não compreendem que uma pergunta esteja,
ou possa estar formulada de forma errada, e a resposta, apesar de
matematicamente viável, esteja também, errada.
Por exemplo, ao não encontrarem a causa de um evento,
raciocinam erroneamente que tal evento não possua causa, sendo assim, o acaso é
escolhido para explicar o fenômeno.
Não lhes passa pela mente, que podem não ter encontrado uma
causa, porque seus instrumentos para medir um experimento, sejam ainda
extremamente rudimentares, pois, eles acreditam piamente que seus instrumentos
são o ápice tecnológico, sem realmente serem.
Se esses equipamentos ainda não conseguem detectar uma
causa, eles supõem erroneamente, que o resultado do experimento, aponta para
uma não causa.
E com isso, não se dão conta que o acaso, é na verdade, uma
causa ainda não especificada.
E por não ser especificada, qualquer resposta, por mais
errada que esteja, pode ser usada matematicamente para explicar um fenômeno.
Ao usar o acaso ou o nada como referencial de causa, podemos apontar
direções erradas para a análise do resultado de um experimento.
Afirmar que um evento acontece ao acaso, ou emerge do nada, é
assinar o seu próprio atestado de ignorância sobre a causa.
Afirmar que algo acontece ao acaso, ou emerge do nada,
significa que quem afirma, não encontrou uma resposta, e tenta varrer para
baixo do tapete de forma infantil, a necessidade de procurar a causa.
E essa atitude é que tem norteado a ciência hoje em dia. Os
cientistas vêm se tornando preguiçosos mentais, ao não dar a devida importância
para a busca pelas causas.
Um verdadeiro cientista, jamais pode invocar o acaso, ou o
nada, para justificar o resultado de algum evento.
Um verdadeiro cientista percebe que: Invocar o acaso ou o
nada, é na verdade, invocar uma causa indefinida, e que, sendo indefinida, não
explica nada, e muito menos, pode servir de sustentação para apoiar a análise
do resultado de uma observação, uma equação, ou um experimento.
Um verdadeiro cientista, dirá: “Eu ainda não sei, mas vou
continuar procurando a resposta correta para explicar o que causa o evento”.
E devemos sempre nos precaver daqueles que, ao não encontrar
uma causa, inventa uma, baseados em fórmulas e equações matemáticas.
Um bom exemplo, é o tal karl marx, que tentou validar sua hipótese
sobre a “mais valia”, através de uma equação matemática, cuja premissa,
provou-se ser falsa...
Finalizando, o acaso não existe, o que afirmamos ser o acaso,
ou o nada, é na verdade, uma causa ainda não especificada, ainda não encontrada, ou mal interpretada,
ou mal definida, ou ainda, um conjunto de causas encadeadas que geram um
efeito, e nesse sentido, não existe também, a coincidência, a indeterminação ou
o conceito místico da sincronicidade.
Os cientistas teóricos precisam aprender além da matemática, a
Filosofia, para desenvolver e cultivar muito mais a lógica, a razão e a interpretação
mais apurada sobre os resultados de uma observação e sobre os resultados dos experimentos, e
para isso, precisam desenvolver mais, os conceitos filosóficos e continuar a aprimorar
mais ainda, nossos equipamentos de medição e desenvolver novas ideias para
experimentos, para que, a ciência não continue descambando para o lado do puro
misticismo quântico.
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