Autor: Roberto das Neves
Você já parou para pensar sobre o que é uma teoria? Como
nasce uma teoria? Como se valida ou invalida uma teoria?
Comecemos do princípio, o que são teorias?
Teorias são ideias, ideias são teorias.
Você deve estar se perguntando: não são as hipóteses que são ideias?
A palavra hipótese, apesar de realmente designar ideias, é infelizmente, muito pouco usada pelas pessoas que não trabalham profissionalmente em alguma área, em que estes conceitos são usados de forma correta, a sociedade em geral, confunde hipótese com teoria e vice-versa.
Então, pra que complicar?
Por esse motivo, designo uma hipótese como: "Teoria Filosófica", já uma teoria propriamente dita, designo como: "Teoria Científica", mais abaixo, explicarei a diferença entre as duas.
As teorias podem ser simples, podem ser complexas, podem ser
praticáveis, podem ser impraticáveis, podem ser utilizáveis, podem ser
inutilizáveis, podem funcionar, podem não funcionar, podem chegar a conclusões
inesperadas, enfim, podem ou não, dar respostas satisfatórias para solucionar os
problemas que são apresentados.
Tudo depende da possibilidade ou não de se traduzir essa
ideia em algo mensurável.
Como nasce uma teoria, afinal?
Toda teoria nasce fundamentalmente como algo de caráter filosófico,
ela nasce de um experimento mental, uma ferramenta imaginativa do nosso
intelecto, que tenta responder a uma pergunta, que traduzirá o que vemos na
tentativa de explica-lo e/ou melhora-lo.
Uma teoria nasce filosoficamente, como a possível resposta a
uma pergunta, e que é resultado de uma série de observações, e as suas
conclusões deverão passar pelo crivo da experimentação para tornar-se uma
teoria científica.
O ser humano observa o mundo a sua volta e se pergunta: como
ele “funciona”, como podemos explica-lo, como podemos melhora-lo, como podemos
aprender com ele, como podemos tirar melhor proveito dele?
A partir do momento que a resposta se cristaliza em nossa
mente, esta resposta ainda é uma resposta fundamentalmente filosófica.
A verificação dessa resposta por meio de experimentos, é que
fará com que essa resposta saia do âmbito filosófico para o âmbito da realidade.
Um bom exemplo de como nasce uma teoria, é o caso de
Einstein. Ele desenvolveu suas teorias da relatividade restrita e geral, na
tentativa de responder as seguintes perguntas: “O que aconteceria, se ele
viajasse à mesma velocidade que a luz? O que ele veria ao se emparelhar lado a
lado com um dos fótons que compõe essa luz e olhasse diretamente para esse fóton?”
Através da imaginação criativa, ele fez essa viagem, e na
volta dela, trouxe a bagagem necessária contendo as informações para
desenvolver as teorias, as possíveis respostas para as perguntas formuladas.
A resposta cristalizou-se no ano de 1905, mas, ainda assim,
era uma resposta puramente filosófica, que só pôde tornar-se uma parte de uma
resposta científica, em 1918, quando através de experimentos, se comprovou uma
de suas teorias.
Uma teoria filosófica só se torna uma teoria científica,
quando passa pelo crivo da experimentação.
Os experimentos irão
indicar uma das possibilidades abaixo:
1 ) A ideia esta errada, pois não corresponde com a
realidade observável.
2 ) A ideia esta correta, pois corresponde com a realidade
observável.
3) A ideia ainda não pode ser comprovada, por falta de
melhores recursos experimentais que a comprovem ou desaprovem.
4) A pergunta que deu origem à ideia está formulada de forma
correta, mas a interpretação de sua resposta experimental está incorreta.
5) A pergunta que deu origem à ideia está formulada de forma
errada, mas a interpretação de sua resposta experimental está correta.
Isso acaba virando um tremendo balaio de gatos, uma vez que:
podem-se tirar conclusões corretas por meios errados, e tirar conclusões
erradas por meios corretos.
Felizmente, existe a pesquisa incessante da ciência, para
colocar os pingos nos devidos “Is”, mas, muitas vezes, perceber a ilusão de uma
resposta errada que se acredita estar certa, pode levar décadas para ser entendida
e finalmente corrigida.
Isso acontece, porque muitas vezes, ao observamos um
determinado fenômeno, não termos a tecnologia ideal para medir esse fenômeno,
então nos baseamos em dados probabilísticos. Para chegar a uma resposta mais ou
menos correta.
O outro problema, é que muitas vezes ao observamos um
determinado fenômeno, lhe atribuímos a uma causa errada, por acreditarmos que é
essa causa, que geraria este fenômeno.
Mas, basicamente, se a ideia não pode ser comprovada
plenamente, ou somente parte dela pode ser confirmada, ela então, permanece
apenas como teoria parcialmente filosófica e não totalmente científica.
Esse é o caso, por exemplo, da teoria Padrão, mais conhecida
como “teoria do Big Bang”, ela explica muitas coisas corretamente, isso é,
muitas de suas respostas foram comprovadas experimentalmente, mas em compensação,
deixa um monte de lacunas sem resposta, ou perguntas mal respondidas, criando
mais perguntas sem respostas ou com respostas ainda não mensuráveis. Isso a
coloca então, no hall das teorias mais filosóficas do que científicas, indicando
que ela pode ser substituída futuramente por uma nova e melhor teoria.
Agora, se uma ideia for comprovadamente falha e não responder
satisfatoriamente e plenamente a uma pergunta, ela pode ser definitivamente descartada
e não se fala mais nisso, ok? Não adianta tentar ressuscitar um morto, ele está
morto e por mais fé que você tenha nessa teoria, ela não andará com os próprios
pés, então, descarte a teoria e tente criar uma nova e mais satisfatória
teoria.
Teorias Político/Econômicas.
As teorias Político/Econômicas são filosóficas ou são
científicas?
Hummmmmmmm. Acho que agora, isso vai dar muito “pano pra
manga”...
Como eu expliquei lá em cima, toda teoria nasce
filosoficamente, e só pode tornar-se uma teoria científica quando a colocamos
sob a lupa da experimentação, para comprovarmos ou descartarmos a sua
eficiência, ou seja, se a teoria responde satisfatoriamente uma pergunta ou não,
se ela pode ser aplicada satisfatoriamente ou não.
Atualmente, existem duas principais teorias Político/Econômicas:
A teoria do Capitalismo
de Adam Smith e a Teoria do Socialismo de Karl Marx.
Ambas, são teorias velhas, e talvez aí resida o problema,
uma vez que sistemas econômicos são dinâmicos e não estáticos.
A teoria do
Capitalismo de Adam Smith
Adam Smith, quando criou suas teorias sobre o capitalismo, o
fez, tendo como base, um sistema econômico, digamos, ainda na infância, que era
fruto e ainda baseado em um mercantilismo nascido de um sistema feudalista
moribundo.
Tendo como base essas informações, ele desenvolveu uma
teoria que, ao se tentar aplica-la, não condizia com a dinâmica do mercado, ou
seja, eram teorias que em sua maior parte, já nasciam ultrapassadas e algumas
vezes, tornavam-se quase utópicas, sendo assim, apenas uma pequena parte de sua
teoria era aplicável, ou seja, somente parte de sua teoria podia ser
quantificada e passível de experimentação e comprovação.
Então, podemos chegar à conclusão que: Grande parte da
teoria capitalista não funciona satisfatoriamente, pois se baseia em dados
ultrapassados, somente parte dela funciona e pode ser aplicada para explicar a
mecânica do funcionamento do Sistema Econômico Capitalista, e por isso, não consegue
analisar e colocar o mecanismo em pleno funcionamento, para que ele possa
evoluir para um sistema ideal econômico totalmente eficaz e não utópico.
A teoria do Capitalismo trava, e se trava, não pode evoluir
para um sistema melhor, mais justo e mais eficaz.
A Teoria do
Socialismo de Karl Marx
Karl Marx e Engels perceberam as grandes falhas do sistema
capitalista, mas não perceberam que estas falhas eram devido ao sistema
capitalista, ser fruto do mercantilismo desenfreado e também não perceberam o
principal, que um sistema econômico é algo dinâmico, algo que evolui.
Na tentativa de criarem um sistema mais justo, tendo por
base as informações e os problemas não solucionados pelo sistema capitalista,
eles criaram uma nova teoria, que Marx, hora chamava de: teoria do socialismo,
hora de: teoria do comunismo, para ele, socialismo e comunismo eram duas palavras
que designavam a mesma coisa, isso se torna patente ao nos debruçarmos sobre os
seus escritos teóricos.
A obra de Marx e Engels, foi, durante muito tempo, uma teoria puramente filosófica.
Ou seja, sua teoria sobre o socialismo, quando foi
apresentada, não havia ainda sido posta a prova, não passara por experimentação
para validar ou invalidar as soluções apresentadas teoricamente.
Anos se passaram, e finalmente alguns países colocaram em
prática as teorias de Marx...
E o que se viu foi que: As teorias de Marx eram lindas,
maravilhosa, ideais, mas... Não funcionavam, não valiam nem mesmo o papel em
que estavam escritas.
Todos os países que tentaram implantar o socialismo tiveram
que rapidamente achar soluções capengas que acabaram por descambar em
ditaduras.
Na tentativa de “salvarem a cara”, e com isso tentar
preservar imaculado o nome de Marx, e sua teoria impraticável, os adeptos da
teoria socialista implantaram uma “ditadura do proletariado”, na União Soviética, que
com o tempo, desmoronou, causando muito mais mal do bem ao povo soviético.
Em outros países, como por exemplo: Cuba e Coréia do norte, ao
perceberem que a teoria do socialismo não funcionava, instalaram em seu lugar,
um regime tipicamente monarquista, onde, o poder passa de pai para filho, no
caso da Coréia do norte, e de irmão para irmão, no caso de Cuba.
Todos esses países, é preciso deixar bem claro, comprovaram da
pior forma possível, que as teorias do socialismo eram impraticáveis, mas, para
não passarem vergonha, continuaram afirmando que eram sistemas socialistas mais
melhorados, mais evoluídos, mais científicos, baseados nas teorias socialistas
de Marx.
E muita gente acreditou nessas estorinhas...
Então, de um lado, temos um sistema capitalista que não é
absolutamente ideal, que trava, que faz pular as engrenagens do sistema
econômico, causando problemas perigosos, e que não evolui, mas que mesmo assim,
o usamos, por falta de coisa melhor, e vamos empurrando com a barriga enquanto
der, e de outro, temos um sistema socialista que é impraticável, que não
funciona nem com “reza braba”.
Acredito que está então, mais do que na hora, de nos conscientizarmos
que nenhumas das duas teorias realmente possam evoluir para algo melhor.
Precisamos criar novas teorias e testa-las, até encontrar
alguma que realmente funcione e seja realmente dinâmica.
O povo da terra, encarecidamente, agradece.